sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Supremo Tribunal Federal ouve testemunho acerca de abortos eugênicos

Mãe de bebê anencefálico que viveu um ano e meio dá testemunho de que sua filha era "maravilhosa"

Por Matthew Cullinan Hoffman

SÃO PAULO, 28 de agosto de 2008 (LifeSiteNews.com) — O Supremo Tribunal Federal continuou a ouvir testemunho hoje de várias organizações com relação a abortos eugênicos para bebês anencefálicos.

Depois de uma decisão anterior apertada para permitir pesquisas com células tronco embrionárias, a questão foi levantada novamente por um ministro pró-aborto na esperança de que o tribunal estava agora "pronto" para decidir em favor da eliminação de bebês nas fases mais adiantadas da gestação.

Os bebês anencefálicos nascem com parte ou toda a parte superior do cérebro faltando. Embora normalmente morram alguns dias após o nascimento, alguns têm vivido por anos, e seus pais relatam que eles exibem sinais de consciência, uma conclusão apoiada por alguns médicos.

A primeira rodada de audiências na segunda-feira incluiu comentários feitos por grupos religiosos e especialistas médicos.

O Pe. Luiz Bento, representando a Igreja Católica, deu testemunho de que abortar bebês anencefálicos é "um ato racista e discriminatório" bem como uma forma de "eutanásia pré-natal".

Presente também na audiência estava Cacilda Galante Ferreira, a mãe de Marcela Ferreira, uma menina anencefálica que morreu no começo deste mês depois de um ano e meio de vida (veja http://juliosevero.blogspot.com/2008/06/beb-anenceflico-despedaa-mitos-pr.html).

"Meu relacionamento com ela era maravilhoso, ela era maravilhosa", disse Ferreira. "Ela respirava, reagia e sorria. Eu costumava acariciá-la e ela reconhecia isso. Ela estava acostumada a sentir minha presença e minha ausência".

"Nunca passou pela minha cabeça interromper a gravidez", acrescentou ela. "Não era difícil cuidar dela, era uma verdadeira alegria. Deus me deu mais do que uma criança especial. Nunca sofri nem mesmo um minuto".

Rudolfo Nunes, professor de Ciência Médica na Universidade Federal do Rio de Janeiro, testificou que o próprio termo "anencefálico" é enganoso, pois tais bebês sempre têm alguma matéria cerebral.

"Anencefalia não equivale à morte cerebral", disse ele. "Uma criança com anencefalia, quando respira, não está num estado de morte cerebral. Apesar do elevado índice de mortalidade, algumas crianças conseguem sobreviver por meses ou até anos".

"Não existe nenhum estudo profundo envolvendo a parte do cérebro que não esteja comprometida pela anencefalia. Há muitas coisas que não dá para explicar. Por esse motivo, é necessário ser prudente".

Contudo, o STF também recebeu testemunho de uma seita pró-governo conhecida como Igreja Universal do Reino de Deus, que tem íntima ligação com o PT de Luiz Inácio Lula da Silva, e que tem um histórico de apoio ao aborto. O líder da IURD, bispo Edir Macedo, quando indagado sobre a opinião de sua religião acerca do aborto, perguntou: "Quem é que se interessa por uma multidão de crianças sem pais, sem amor e sem ninguém?"

"Católicas pelo Direito de Decidir", uma organização há muito denunciada pela Igreja Católica por enganar o público acerca da doutrina católica com relação ao aborto e outras questões da vida humana, também foi convidada para testificar.

As audiências de hoje incluíram especialistas médicos, cientistas e autoridades governamentais. A audiência final será realizada em 4 de setembro.

Fonte: LifesSiteNews

Divulgação e tradução: www.juliosevero.com

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